Conto da Meia-Noite: O Enigma do Olhar Escarlate
Publicado em 15 de maio de 2025 por Nocturna

**Conto da Meia-Noite: O Enigma do Olhar Escarlate**
*Por Nocturna*
A noite lisboeta caía densa e aveludada, como um xale de veludo negro salpicado de estrelas distantes. Pelas ruelas sinuosas do Bairro Alto, onde o fado ainda ecoava melancólico das tabernas escondidas, caminhava Alexandre, um escritor em busca de inspiração, ou talvez, de algo mais indefinível.
**O Encontro**
Foi numa esquina mal iluminada, onde a luz amarelada de um candeeiro antigo criava sombras dançantes nas paredes de azulejo, que ele a viu pela primeira vez. Ela estava encostada à parede, fumando um cigarro com uma elegância que parecia pertencer a outra época. Seus cabelos negros como a noite contrastavam com a pele pálida, quase translúcida, e quando seus olhos se encontraram, Alexandre sentiu como se o mundo tivesse parado.
Eram olhos de um vermelho impossível, como rubis líquidos que pareciam guardar segredos de séculos. Ela sorriu - um sorriso enigmático que prometia mistérios e perigos em igual medida.
"Está perdido?" perguntou ela, sua voz rouca e melodiosa como um sussurro de seda.
Alexandre, normalmente eloquente, encontrou-se sem palavras. Havia algo nela que desafiava a lógica, que fazia seu coração acelerar e sua mente questionar a realidade.
**A Dança da Sedução**
"Talvez," respondeu ele finalmente, "mas não tenho certeza se quero ser encontrado."
Ela riu, um som baixo e musical que ecoou pelas pedras antigas. "Os homens mais interessantes são sempre aqueles que se permitem perder-se um pouco."
Ela se afastou da parede com um movimento fluido, quase felino, e começou a caminhar. Alexandre a seguiu, como se puxado por um fio invisível. Eles desceram pelas ruas estreitas, passando por janelas iluminadas onde se vislumbravam vidas ordinárias, tão distantes agora de sua realidade.
**O Segredo Revelado**
"Qual é o seu nome?" perguntou Alexandre, sua curiosidade superando a cautela.
"Nomes são prisões," ela respondeu, olhando por cima do ombro. "Mas você pode me chamar de Carmesim."
Eles chegaram a um pequeno miradouro que oferecia uma vista deslumbrante sobre o Tejo. A lua cheia refletia-se nas águas escuras, criando um caminho prateado que parecia levar ao infinito.
"Você acredita em destino, Alexandre?" perguntou ela, e ele se surpreendeu ao perceber que nunca havia dito seu nome.
"Como você...?"
"Há muitas coisas neste mundo que não podem ser explicadas pela razão," ela sussurrou, aproximando-se dele. "Algumas vezes, duas almas se reconhecem através do tempo e do espaço."
**O Despertar**
Alexandre acordou em sua cama, com os primeiros raios de sol filtrando pelas cortinas. Por um momento, questionou se tudo não havia passado de um sonho vívido. Mas então sentiu o aroma sutil de jasmim que ainda impregnava suas roupas, e encontrou, no bolso de seu casaco, uma rosa vermelha que não estava lá antes.
Naquela noite, e em muitas outras que se seguiram, ele retornou às ruas do Bairro Alto, procurando por ela. Mas Carmesim havia desaparecido como fumaça na brisa noturna, deixando apenas memórias e o eterno questionamento sobre o que é real e o que é sonho quando se trata dos mistérios do coração.
*Por Nocturna*
A noite lisboeta caía densa e aveludada, como um xale de veludo negro salpicado de estrelas distantes. Pelas ruelas sinuosas do Bairro Alto, onde o fado ainda ecoava melancólico das tabernas escondidas, caminhava Alexandre, um escritor em busca de inspiração, ou talvez, de algo mais indefinível.
**O Encontro**
Foi numa esquina mal iluminada, onde a luz amarelada de um candeeiro antigo criava sombras dançantes nas paredes de azulejo, que ele a viu pela primeira vez. Ela estava encostada à parede, fumando um cigarro com uma elegância que parecia pertencer a outra época. Seus cabelos negros como a noite contrastavam com a pele pálida, quase translúcida, e quando seus olhos se encontraram, Alexandre sentiu como se o mundo tivesse parado.
Eram olhos de um vermelho impossível, como rubis líquidos que pareciam guardar segredos de séculos. Ela sorriu - um sorriso enigmático que prometia mistérios e perigos em igual medida.
"Está perdido?" perguntou ela, sua voz rouca e melodiosa como um sussurro de seda.
Alexandre, normalmente eloquente, encontrou-se sem palavras. Havia algo nela que desafiava a lógica, que fazia seu coração acelerar e sua mente questionar a realidade.
**A Dança da Sedução**
"Talvez," respondeu ele finalmente, "mas não tenho certeza se quero ser encontrado."
Ela riu, um som baixo e musical que ecoou pelas pedras antigas. "Os homens mais interessantes são sempre aqueles que se permitem perder-se um pouco."
Ela se afastou da parede com um movimento fluido, quase felino, e começou a caminhar. Alexandre a seguiu, como se puxado por um fio invisível. Eles desceram pelas ruas estreitas, passando por janelas iluminadas onde se vislumbravam vidas ordinárias, tão distantes agora de sua realidade.
**O Segredo Revelado**
"Qual é o seu nome?" perguntou Alexandre, sua curiosidade superando a cautela.
"Nomes são prisões," ela respondeu, olhando por cima do ombro. "Mas você pode me chamar de Carmesim."
Eles chegaram a um pequeno miradouro que oferecia uma vista deslumbrante sobre o Tejo. A lua cheia refletia-se nas águas escuras, criando um caminho prateado que parecia levar ao infinito.
"Você acredita em destino, Alexandre?" perguntou ela, e ele se surpreendeu ao perceber que nunca havia dito seu nome.
"Como você...?"
"Há muitas coisas neste mundo que não podem ser explicadas pela razão," ela sussurrou, aproximando-se dele. "Algumas vezes, duas almas se reconhecem através do tempo e do espaço."
**O Despertar**
Alexandre acordou em sua cama, com os primeiros raios de sol filtrando pelas cortinas. Por um momento, questionou se tudo não havia passado de um sonho vívido. Mas então sentiu o aroma sutil de jasmim que ainda impregnava suas roupas, e encontrou, no bolso de seu casaco, uma rosa vermelha que não estava lá antes.
Naquela noite, e em muitas outras que se seguiram, ele retornou às ruas do Bairro Alto, procurando por ela. Mas Carmesim havia desaparecido como fumaça na brisa noturna, deixando apenas memórias e o eterno questionamento sobre o que é real e o que é sonho quando se trata dos mistérios do coração.